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domingo, 3 de junho de 2018

O TEMPO E A VIDA - Por Nicéas Romeo Zanchett




O TEMPO E A VIDA
Por Nicéas Romeo Zanchett 
Escultura de Romeo Zanchett

Pelas paredes do tempo
saudoso pendurei meus sonhos. 
E na minha idade tão vivida
senti novos sonhos brotarem,
 novas esperanças, e novo amor. 
Sem esquecer o passado
construí minha saudade e
vi sonhos de ontem fugirem .
Um aroma espiritual min'alma invade. 
No salgueiro do seu jardim
vi novos sonhos brotarem. 
O sabiá apaixonado
modula cantos de amor. 
E as rosas do jardim florido
enfeitam meu caminho infantil 
com olhos turvos de ternura e deleite. 
Lábios rubros, 
Lábios sensuais,
lábios sedutores.
Sinto a embriaguez da paixão 
e min'alma excita meu corpo. 
O prazer de viver volta e me invade
em leito de glória e gozo. 
Nessa vida que tão breve passa
voa o tempo para os amantes. 
Pitangueiras e chorões me dão saudade
do mundo de outrora esquecido. 
Na abençoada manhã de prazer,
o gosto de furtivo beijo, beijo de amantes. 
De corpo e alma mergulho no prazer,
Prazer de amantes.
Nesta cama improvisada e passageira,
cama de amantes,
min'alma bem aventurada
descansa livre e serena. 
 Nas frescas manhãs de primavera
quando o orvalho cobre as folhas
quero-a dormindo entre meus braços
até o sol acordar e brilhar sobre a relva 
que derrete em verdes plantas. 
A lua chora feliz quando beijo seus olhos, 
num mundo real repleto de gozos. 
No céu azul desmaiam as estrelas; 
a névoa desdobra o manto da noite.
Entre sombras e luzes que se fundem
despertam avezinhas gentis.
E o relinchar dos felizes corcéis
que correm pelos campos verdejantes
com o brilho do esplendor luzidio.
Os anjos ainda velam seu sono
e seu corpo alvo e sedoso
que enlouquece meu desejo
de tocar, acariciar, beijar, sentir e amar. 

Nicéas Romeo Zanchett